setembro 29, 2004

Doutr(o)ina

Catolicismo: “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.”
Vaticanismo: amai-vos uns aos outros desde que não pertençam à nossa concorrência religiosa.*

*emenda introduzida pelo Vaticano, especialmente dirigida a Fátima.

Eterno Errante

Imagem de JK Potter

Que me deixem respirar
Ar... ar... ar...
É de ar que preciso!!!
De ar e espaço...
Espaço...
Eu disse espaço!
Entre mim e mim mesmo!
Que o que vai entre
Um e ele é a imensidão
Do nada e a perpétua procura
Da felicidade!
Deixem-me ir
Deixem-me procurá-la
Que saber que ela não existe
Eu já sei!
Mas também se não
Procurar, que farei!?
Deitar-me-ei à sombra
E esperarei que o tempo passe?
Ou quê? Dou um tiro na cabeça?!
Não, isso não...!
Isso não me peçam...
Porque sou forte de mais para isso!
Também não me enganarei
Não caio mais na cantiga do bandido
Mas sigo...
Como o mendigo que sonha com a abundância
Eu caminho errante, em busca do que não existe
Mas para mim será mais real
Do que o D. Sebastião que ainda espero!
E tudo o resto que passa por mim
É neblina que amanhece.

Asiram L. (Alter-Ego)

setembro 28, 2004

Um docente acidental

Esta é dedicada aos professores que estão em casa à espera das listas de colocação, com o intuito de os apoiar e ajudar a passar o tempo (hoje somos serviço público!) :

Um docente acidental, Banda desenhada de Vítor Borges e Rui Brito.



setembro 26, 2004

As três cores de um retrato

Hoje não pintarei de Azul,
nem violeta, verde ou roxo...
Hoje não pintarei flores,
nem mares, nem céus,
nem ventos, nem velas,
nem barcos, nem beijos...
Apenas a escuridão!
Branca e Preta...
de Vermelho sangue
manchada... suja...
Em retrato de mulheres
paradas em esquinas...
De rapazes franzinos...,
em algumas vielas escuras,
seculares e macadamizadas...
De meninas deslumbrantes,
em auto-estradas paradas...
Em todas as camas marcadas,
em cadeiras da praia sul,
em bosques sussurrantes,
em bares de engate,
em algumas discotecas,
em casas de alterne,
em dunas de vento lavadas,
em casas de banho públicas,
em qualquer prédio embargado
em chão frio e húmido,
em bancos de qualquer jardim,
em iates estrangeiros,
em casas de homens de dinheiro,
em lençóis encardidos,
em sacristias fechadas,
em noites comuns...

Pintarei apenas hoje
em três cores...
e apenas três...
Pois tais paisagens
só têm três cores,
Aos meus olhos
e aos de quem sente no corpo
e na alma este submundo:
Branco, Preto e Encarnado
Vivo ainda...

Poeta das Cores (Alter-ego)

setembro 25, 2004

Rumor

Acorda-me
Um rumor de ave.
Talvez seja a tarde
a querer voar.

A levantar do chão
qualquer coisa que vive,
e é como perdão
que não tive.

Talvez nada.
Ou um só olhar
que na tarde fechada
é ave.

Mas não pode voar.

(Eugénio de Andrade)

...

Amo-te.

setembro 24, 2004

Protestos antigos

Ao mexer nuns velhos papéis de quando andava a estudar, descobri uns “versos” que uma vez fiz para uma professora que eu não podia ver... Eu nunca tive meio termo com os professores, ou gostava ou não gostava, mas pelo menos arranjava formas diferentes de protestar! Lol
Frequentava o sétimo ano... e o que me saiu foi isto:

Clara Escura

A Clarinha é espertinha
Inteligente é que não!
É linda, bonitinha
Pena é ter orelhas de cão!

Com o seu ar eréctil
Com a sua figura altiva
Entra na sala e diz:
Tudo quieto! Tudo em fila!

Com o seu ar superior
O seu focinho mandão
Leva tudo à frente dela
“Tem a faca e o queijo na mão”

Tudo isto só para ela
Seus caprichos realizar
Deixa qualquer um KO
Para os seus queridinhos ajudar!

São todos eles VIP’s
Muito, muito importantes
Têm tudo, tudo, tudo...
Não são é bons estudantes!

Nós que já lá estivemos
E deles nos afastamos
Queremos deixar bem claro
O lado onde estamos!

E viemos avisá-la
- o teu reinado acabou
todo o mal que nos fizeste
enfim terminou!

Houve alguém que disse:
- a vingança é um prato frio...
Outros: "tiveram grande coragem!"
E a nós nem chegou para matar o fastio!

Pois que tivemos de a aturar
O que não foi tarefa fácil
Sempre, sempre a rosnar...
Parecia uma velhaca!

setembro 23, 2004

A vida é um milagre


Já não posso esperar mais para ver o novo filme de Emir Kusturica, A vida é um milagre. Pelo que já li, não será o melhor filme dele, mas é sem dúvida um dos seus grandes filmes. No entanto, vou ter de esperar mais uns dias, apesar da estreia ser hoje... (É o que vale estar aqui perfeitamente enquadrada com a natureza.)
O nome Kusturica transformou-se em mim como um símbolo de obrigatoriedade
num filme. Chego a pensar que me acontece exactamente como quando era adolescente e sabia que no dia iria estrear um filme com um actor ou actriz que eu gostasse! Já ninguém me aturava, eu não me calava com o assunto, lia tudo, mas tudo o que era dito a esse respeito, e comprava o bilhete sempre com antecedência.
Ele provoca uma reacção idêntica em mim... apesar de aqui não haver uma única sala de cinema...
Fiquem apenas com um toquezinho, uma ideia do que podem encontrar:

Sinopse

“Bósnia, 1992.
Luka, um engenheiro sérvio de Belgrado, vai com a mulher, Jadranka, cantora de ópera, e o filho, Milos, para uma aldeia no meio do nada, para ajudar a construir uma linha de caminhos-de-ferro que transformará a região num local de turismo.
Cego pelo seu optimismo natural, não presta atenção aos rumores sobre a guerra que se avizinha, cada vez mais persistentes.
Mas quando eclode o conflito, a sua vida desmorona-se. Jadranka desaparece com um músico, Milos é chamado para combate.
Sempre optimista, Luka espera o regresso da mulher e do filho, mas Jadranka não volta e Milos é feito prisioneiro. Os sérvios confiam então a guarda de Sabaha, uma refém muçulmana, a Luka, que deverá servir de moeda de troca para recuperar Milos.
Mas Luka rapidamente se apaixona por Sabaha.”(Atalanta Filmes)

Fragmentos de neve


Cuerpo de lágrimas (tinta e cartão)
Rolando Estévez Jordán (1994)


Relembro ao longe, como um eco dentro da minha cabeça, umas palavras de Eugénio de Andrade, já não muito claras na minha memória:

“Hoje venho dizer-te que nevou
no rosto familiar que te esperava.
Não é nada, meu amor, foi um pássaro,
A casca do tempo que caiu,
Uma lágrima, um barco, uma palavra.(…)”
(“Canção” in Antologia breve)


E, de repente, dou-lhes um novo significado... vejo-me a mim a tentar negar cada lágrima que me escorre pela face em dias como hoje, onde se junta a desilusão, o desespero, a impaciência, a ausência, o desapontamento e a derradeira partida.
E onde todos os que me rodeiam parecem contribuir para este caos interno que me torno, e de onde apenas floresce o que de pior me constitui, o lado negro... e antes que algum outro eu apareça... corro, fujo, quase desmaio, quase sufoco, quase me desintegro, tal é a velocidade com que corro para dentro de mim.
Repouso, silencio e encontro a minha paz...

-Não era uma lágrima… somente neve pura, meu amor.

setembro 19, 2004

De Profundis, Valsa Lenta



[Silêncio brusco. Eu e a chávena debaixo dos meus olhos. De repente viro-me para a minha mulher:
"Como é que tu te chamas?"
Pausa. "Eu? Edite." Nova pausa. "E tu?"
Parece que é Cardoso Pires", respondi então.]

Um obra única de um valor imenso, escrita de uma forma viciante por um dos grandes escritores portugueses - são as palavras que me ocorrem depois de ler de lés a lés, sem pausas,"De profundis, Valsa lenta" (de José Cardoso Pires).


Acho que vou recomeçar.
- Como somos frágeis…, José.

setembro 17, 2004

Fragmentação consciente ou um lado de mim

Cada vez menos aguento a tua ausência… aqui largada entre os montes.
Mas não entendo! Eu sempre me entretive sozinha... Na realidade, desde sempre me habituei ao meu mundo apenas habitado por mim e pela minha estrela… Passei horas e horas sentada agrupando botões, plantando o meu jardim, cozinhando para os meus grilos, lendo, escrevendo, pintando… inventando qualquer coisa.
Sempre que por aqui me encontrava eu era uma parte de mim, bem mais autista, bem mais egocêntrica, muito mais minha.
Agora, não sei se pela obrigatoriedade de aqui estar ou simplesmente pela tua ausência, não consigo fazer nada…
E caio assim nos meus maiores temores: o tédio e a inutilidade!
Mas que fazer aqui erigida sobre a Serra!? A minha parte social limita-se a ir tomar café ao único bar da vila, entre homens e homens bêbedos. E dizer os clássicos “bom dia” e “boa tarde” a todos os que passam. A minha parte artística fica-se pela imaginação, pois tu és o incentivo para colocá-la em prática. A minha parte profissional vou passar à frente, porque limita-se a ajudar à distância e à formulação egocêntrica de teorias para as quais não há recursos monetários para as tentar negar...
Com tudo o que me rodeia de único, a única coisa que vejo é a tua ausência. Sinto-me definhar por dentro, sinto secar a fonte de onde brota a energia que me move… sinto-me recair na infinita imensidão de mim mesma. E temo não querer voltar. Porque o meu próprio mundo foi o melhor que eu encontrei. E nele hoje serei Álvaro feito Trapo.

"Trapo

O dia deu em chuvoso.
A manhã, contudo, estava bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco triste.
Antecipação? Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar estava triste.
O dia deu em chuvoso.

Bem sei: a penumbra da chuva é elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser ordinário, um elegante.
Bem sei: ser susceptível às mudanças de luz não é elegante.
Mas quem disse ao sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol visível.
Névoa, chuvas, escuros – isso tenho eu em mim.
Hoje quero só sossego,
Até amaria o lar. Desde que o não tivesse.
Chego a ter sono de vontade de ter sossego.
Não exageremos!
Tenho efectivamente sono, sem explicação.
O dia deu em chuvoso.

Carinhos? Afectos? São memórias…
É preciso ser-se criança para os ter…
Minha madrugada perdida, meu céu azul verdadeiro!
O dia deu em chuvoso.

Boca bonita da filha do caseiro,
Polpa de fruta de um coração por comer…
Quando foi isso? Não sei…
No azul da manhã…

O dia deu em chuvoso. "



Álvaro de Campos, Poesia.

setembro 16, 2004

Tu, meu desejo.


Quero descobrir-te de novo
Com os meus dedos
Sôfregos de ti!

Quero acariciar-te a alma
Como a minha língua
Insana por ti!

Quero percorrer de novo
Os recantos mais distantes
Da tua superfície…

Quero misturar a minha pele
No teu cabelo,
Entre desejos e prazeres.

Quero de novo
Pensar que sou tu
Sendo eu…

AlmaAzul (alter-ego)

setembro 15, 2004

Formas inexistentes

“Nós vivemos entre dois mundos,
ou seja, ente dois sistemas de percepção
totalmente diferentes: percepção de
coisas externas, por meio dos sentidos,
e percepção de coisas internas,
por meio das imagens
do inconsciente”. (C.G. Jung)
guache sobre papel
Quando vagueio…
No outro lado do mundo,
Pinto em cores negras,
Cinza do tempo,
Rasgando-se em tons de azul
O céu, o mar,
Revoltos em tempestade de espírito.
Crio formas inexistentes
Realidade deformada e incerta
Penso em ti…
E o negro esconde-se
Numa aresta da tela
Esquivando-se do violeta,
Do encarnado, do azul celeste
Que se expandem velozmente
Em cavalgadas furtivas…
Em cada toque de pincel…
E sonho se transformam!
E a primeira imagem esvai-se
Neste lado do mundo!
PoetaDasCores (alter-Ego)

setembro 14, 2004

1º Tema de Um Amor



Adormeci em ti
Como a onda que se dá ao rochedo
Numa constante oferta
Como flor que se prende nos dedos
Terei sido descoberta?
Adormeci em ti
Como um breve instante da nuvem
Não sei se fico, não sei se passo,
Novos horizontes me surgem
E me envolvam em sugestivos compassos.
Adormeci em ti
Como cigarra que morre
De cantar
Como rio que corre
Para o seu único destino: o mar
Adormeci em ti
Não por abandono, mas por necessidade,
Antes não me sentia viva.
Embora em tudo haja saudade
Adormeci em ti, não por ser passiva
Mas inúmera.

Anna Maria Fernandes in “ Retrato Obscuro”

setembro 13, 2004

Onde estás?

Estou farta de não ter nada para fazer! Ou melhor não consigo fazer nada sem a tua presença... Mesmo para não fazer nada preciso de ti!

calvim.jpg

setembro 12, 2004

Rua Escura ou um serviço de merd*

lampada.jpg


Tudo bem que estou numa localidade perdida algures neste país, no cimo de uma serra, mas não é por isso que sou mais, ou menos, utilizadora dos serviços da nossa maravilhosa EDP - Electricidade de Portugal, S.A..

No entanto, parece que sou menos! Há três dias que não há iluminação nocturna nas ruas da vila, para além de que, de vez em quando, também falta a luz em casa.

Já telefonei para o serviço de apoio ao cliente quatro vezes, e das quatro vezes dei de novo todos os meus dados, e recebi a mesma resposta:

-Não tínhamos conhecimento da situação ainda, vamos enviar um técnico para o local!

Eu expliquei que era impossível, pois eu mesma já o haveria feito… mas as operadoras não sabem dar nenhuma resposta quanto a isso!

Afinal, parece que há ali alguém, ou alguma coisa, a sofrer de "Amnésia Por Conveniência"!

Reclamo, mas tenho a leve sensação que de nada adianta… Quem se importa que uma vila perdida no meio do nada tenha ou não iluminação? Se fosse alguma localidade importante para o país estaria em todos os noticiários e eles resolveriam. Agora assim…

Há coisas que me continuam a irritar… mas não tenho opção; ou sou cliente EDP ou sou cliente EDP!

Bendita concorrência…

setembro 11, 2004

Por ti...

setembro 10, 2004

Agustina Bessa-Luís vence Prémio Camões 2004

bessa-luis-001.jpg

Não quero deixar passar a oportunidade para congratular a grande escritora que é, Agustina Bessa-Luís, neste momento em que recebe mais um prémio (Camões 2004), desta vez, o maior para a literatura portuguesa.

Da mesma forma que não quero deixar de referir o meu espanto e o meu desalento quando vi ontem no noticiário o Ministro da Cultura Brasileiro (Gilberto Gil), durante a cerimónia de entrega do Prémio Camões e condecoração da actriz brasileira Fernanda Montenegro, pelo nosso primeiro-ministro, referir que não conhecia a obra da escritora portuguesa, não sabia nada dela, mas que deveria ser uma grande escritora e seria uma boa oportunidade para ficar a conhecer!!!

Que fará um ministro da cultura no Brasil? E, se a desculpa for “um país muito vasto e com muitas culturas que é já um mundo em si mesmo”, pelo menos podia ser um pouco hipócrita (e inteligente!) e dizer que “é uma grande escritora… blá blá blá... blá blá blá…”!

Ou será que eles, que se aclamam na vanguarda das Ciências Psicossociais, não põem os seus políticos a aprender Relações Públicas e Protocolo?!

Não… parece que não, porque é bonito um ministro da cultura aparecer na cerimónia de entrega do prémio Camões a uma escritora que ele nem sabe quem é! Fica bem!

Afinal, até lá estava o primeiro-ministro português (será que ele sabia qual era?) e mais uma série de personalidades que nem vale a pena perguntar se ele conhece (bem, a Fernanda Montenegro ele deve conhecer… e o Lula também… mais não arrisco!).

Há pequenas coisas que me irritam… no entanto, não quero perder o fio à meada e esquecer o propósito deste post, por isso, fica uma citação com que eu concordo plenamente:

“(...) A energia de Agustina cansa, num país de lírios de água e de gente mordida pelo zelo alheio. Por isto, o lugar de Agustina na literatura contemporânea é um lugar incómodo, onde erros e convicções ressoam a dobrar por tratar-se de uma mulher que nunca reivindicou tal estatuto para se disfarçar de vítima ou pretendente ao trono. E, além de incómoda, Agustina é inquietante, com aqueles olhos de doninha esperta onde se concentra uma atenção aos problemas difíceis (...)”
Clara Ferreira Alves in Expresso, 23 / 1 / 88

Mr. Picasso Head

A pintura é sem dúvida uma paixão, tal como a Internet, a escrita... e tantas outras. Mas hoje descobri, no "The Amazing Trout Blog", uma forma de poder, de certo modo, unir o gosto pela arte e o gosto pela Internet. Tudo se passou mais precisamente na Cabeça de Picasso . E o resultado foi este: outono da idade.jpg"Outono da idade"

A "souuma", também já foi exercitar a sua veia artística :


rest.jpg "rest"                                        Tentem também, vá-se lá saber se não escondem aí uma "Cabeça de Picasso", ou então desfrutem das muitas "cabeças brilhantes" que andam pela net.

setembro 08, 2004

Perdizes indigestas?


Ela chegou agora a casa, directamente do Congresso de medicina popular de Vilar de Perdizes, mas esteja ATENTO/A à porta se a quiser ver!


fantasma.gif



Será isto coincidência, ou efeitos da sua visita?

prisão de estrelas


Não sei se foi por regressar ao frio norte, ou se por ter de mais uma vez partir. Não sei se acredito em sinas, fados ou algo do género…
Mas sei que comigo sempre foi assim, nunca pude ficar muito tempo seguido junto de quem gosto. Eu volto sempre, eu parto sempre, os que amo voltam sempre e partem sempre…
Desde que me lembro sempre foi assim, sempre…partiram, sempre voltaram, mesmo que numa leve recordação.
Houve um tempo onde eu achei que assim é que era bom, por várias razões e, de certo modo, habituei-me a isso, habituei-me a estar sempre longe e sempre perto e a ir só de vez em quando.
Mas depois apareceste tu, e baralhaste-me as crenças, as vontades, os sentidos, os sentires…
Agora, estar longe é sufocante, querer correr e não poder, e sentir-me presa aqui no topo da serra com o vento a bater-me na cara e com o universo de estrelas sobre a cabeça.