Soneto da Surpresa
Antes de eu te amar havia o nada
e o mês de abril chorava em pranto,
Era o teu rosto à noite um doce espanto
sortilégio sem par de namorada.
De teu sexo a noite se esvaía
e eu via o mar à luz de alguma estrela.
E as águas murmuravam e era bela
a canção de amor que eu então ouvia.
Em teus olhos de sonho uma surpresa:
a praia enluarada e os promontórios...
de teus seios de brisa desvendados
e o mês de abril chorava em pranto
Os sinos repicavam. Indefesa
tu sonhavas despida. Migratórios
só os pássaros fugindo, deslumbrados
(oliveiros litrento in "orfeu e a ninfa")
<< Home