julho 23, 2004

Conto Revirado

Ela é tão querida… não sei ao certo o que a torna tão especial, mas chego a pensar que é tudo… Adoro poder ficar a olhá-la adormecida na minha almofada… pensar como é linda, enquanto faz um esforço suplementar para descerrar os olhos de criança crescida.

Por vezes, chamo-lhe princesa, não é pelo nome, mas porque efectivamente para mim ela é como a minha princesa…

Por vezes, reclama a minha atenção do seu jeito e eu fico com peso de consciência, pelo que chego a pensar que todo o meu tempo é dela.

Adoro estar a falar com ela, de fazer tudo com ela, aliás…

Por vezes, quando caminhamos juntas pela rua apetece-me dar-lhe a mão e seguir assim de mão dada por entre as pessoas. No entanto, fico contente na mesma, mesmo que não o faça, porque não são assim tantas as vezes que podemos passear juntas nas ruas de qualquer cidade.

Algumas vezes, apenas podemos ficar a falar ao telemóvel tempos intermináveis, horas após horas… Nunca lhe disse, mas a voz dela dá-me aquele conforto, aquela segurança, aquele carinho… aquela felicidade.

Falamos de tudo e, quando me fala de alguém que não conheço, sinto aquele ciuminho irritante, mas logo, logo ela o faz passar.

Ela tem essa capacidade sobre mim, de me fazer mudar de humor de uma forma alucinante. Tanto que, em algumas conversas ao telefone, consegue fazer-me rir como uma perdida e chorar que nem um bebé.

É assim especial, tanto que passo as horas dos meus dias a pensar nela, com um sorriso estúpido nos lábios, e sinto-me então aquela eterna adolescente apaixonada e sonhadora…

É... talvez ela também pense em mim da mesma forma…talvez ela também queira andar de mão dada comigo no meio da rua e também nunca me tenha dito, tal como não diz que gosta da minha voz e que também sou a sua princesa…

É… talvez ela também me ame assim em silêncio…